Nos últimos meses, as assistentes de IA se tornaram o centro das atenções no mundo corporativo. Elas prometem aumentar a produtividade, responder dúvidas em segundos e transformar a forma como trabalhamos.
No universo do Power BI, essa promessa é ainda mais tentadora imagine perguntar algo sobre seus indicadores e receber uma resposta instantânea, contextualizada e assertiva.

Um ponto que muita gente prefere ignorar: ter uma IA e fazer ela realmente funcionar são coisas completamente diferentes.

Em apresentações, eventos e até discursos institucionais, é comum ver empresas afirmando que “possuem uma inteligência artificial interna”. Porém, quando chega a hora de demonstrar o uso prático, poucas realmente mostram algo funcional.

A verdade é que a maioria das IAs corporativas não falha por limitação técnica, mas sim por falta de treinamento adequado.

Criar uma IA é relativamente simples. O difícil é ensinar a IA a entender o contexto da empresa, os termos internos, as regras de negócio e as particularidades dos dados.

Cada organização tem sua própria linguagem: siglas, medidas, nomes de tabelas, indicadores e lógicas específicas. Se a IA não aprender isso de forma estruturada, ela vai se perder e é aí que surgem as respostas genéricas, imprecisas ou completamente erradas.

É como pedir para alguém recém-chegado na empresa explicar o relatório financeiro do último trimestre sem ter passado por treinamento. Essa pessoa até pode tentar responder, mas não vai saber de onde vieram os números, como foram calculados ou o que realmente significam.

No Portal Power Insight, percebemos isso logo nas primeiras versões da nossa Assistente de IA para Power BI.
Ela precisava ser capaz de analisar indicadores, compreender medidas DAX e responder perguntas complexas sobre dados corporativos.

Mas não bastava apenas conectar um modelo de linguagem. Era necessário criar um ambiente de treinamento contínuo, onde fosse possível ensinar a assistente sobre os relatórios, as regras de negócio e o contexto de cada empresa.

A virada de chave: a área de treinamento da Assistente

Foi assim que nasceu a área de treinamento da Assistente de IA do Power Insight, um espaço totalmente dedicado ao aprendizado da IA dentro de cada relatório.

Essa área permite que administradores ensinem a assistente de forma direcionada, definindo:

  • Quais tabelas e medidas ela pode acessar;
  • Quais modelos de dados estão disponíveis;
  • E quais regras de negócio devem orientar suas respostas.

Essa estrutura é o que separa uma IA genérica de uma IA realmente útil.
Ao limitar e qualificar o conhecimento da assistente, ela aprende o que é relevante e responde com base em informações consistentes.

Em outras palavras: menos é mais.
Quanto mais direcionado for o treinamento, maior será a assertividade das respostas.

Além da seleção de dados, o treinamento envolve o que chamamos de engenharia de prompt, o processo de criar instruções que moldam o comportamento e o tom da IA.

Essas instruções são essenciais para garantir que a assistente responda de forma coerente, técnica e adequada ao contexto do negócio.

Veja alguns exemplos reais usados na Assistente de Vendas do Power Insight:

  • Personalidade: “Você é uma assistente de vendas que executa consultas DAX e responde sobre Quantidade, Ticket e Valor.”
  • Referências temporais: “Sempre use o calendário para filtrar datas pela coluna Data (dd/mm/yyyy).”
  • De/para de campos: “Cliente é igual ao campo Parceiros na tabela CadParceiros.”
  • Direcionamento de resposta: “Quando o usuário perguntar sobre quantidade vendida, use a medida QTD_VENDAS.”
  • Limite de contexto: “Responda de forma direta, com base apenas nas medidas e tabelas informadas.”

Essas instruções criam uma ponte entre a linguagem humana e a estrutura do Power BI, permitindo que a IA traduza perguntas em consultas precisas e úteis.

O exemplo é a chave do negócio

Assim como as pessoas aprendem por meio de exemplos, a IA também precisa de referências práticas para compreender o contexto e gerar respostas precisas.
Quando ensinamos um modelo apenas com dados e instruções genéricas, ele pode até entender a estrutura da informação, mas não necessariamente sabe como aplicá-la em uma pergunta real de negócio.

Pensando nisso, desenvolvemos uma área de exemplos, onde é possível cadastrar perguntas reais de usuários e associá-las ao DAX de consulta que gera a resposta correta dentro do Power BI.

Essa funcionalidade transforma o aprendizado da IA em algo mais próximo do que ocorre com o cérebro humano:
ela observa o padrão da pergunta, entende o raciocínio por trás da resposta e aprende qual caminho lógico deve seguir para chegar ao resultado.

Ao gerar esses exemplos, você literalmente cria um mapa de pensamento para a IA percorrer.
Com o tempo, esse mapa se expande e se torna um modelo de conhecimento corporativo, que pode ser reutilizado em relatórios semelhantes ou até compartilhado entre setores com a mesma lógica de negócio.

A importância do treinamento contínuo

Treinar uma IA não é algo que se faz uma vez e pronto.
É um processo contínuo, que se refina com cada interação.

A cada nova dúvida, relatório ou cenário de negócio, a IA aprende e evolui.
No Power Insight, nossa Assistente foi projetada para:

  • Mostrar o DAX das informações usadas nas respostas;
  • Permitir que o usuário avalie as respostas com like ou dislike;
  • E gerar feedbacks automáticos para o time de dados revisar instruções.

Esse ciclo cria um ambiente de transparência e aprendizado mútuo:

  • O usuário entende o raciocínio da IA;
  • O time técnico aprimora o comportamento e o escopo;
  • E a própria assistente se torna mais precisa e contextualizada.

O resultado é um modelo que deixa de ser uma IA “curiosa” e se transforma em uma IA especialista no seu negócio.

Quando a assistente entende as relações entre tabelas, medidas e regras de negócio, ela deixa de apenas responder perguntas e passa a gerar insights reais. Empresas que desenvolvem suas próprias IAs internas precisam compreender que o treinamento não é só uma fase operacional, é uma etapa estratégica.

A forma como a IA interpreta e responde impacta diretamente:

  • A tomada de decisão, já que respostas incorretas podem gerar erros operacionais;
  • A confiança dos usuários, que precisam acreditar nas respostas;
  • E a eficiência no uso dos dados corporativos, evitando desperdício de tempo e informação.

Sem um bom treinamento, o modelo pode parecer “inteligente”, mas na prática se torna apenas um chatbot confuso com acesso a muitos dados.

Leia mais sobre nossa Assistente de IA

Power Insight

O Power Insight nasceu da necessidade de compartilhar relatórios do Power BI com equipes e clientes de forma segura, centralizada e escalável.

Além de reduzir até 90% dos custos de licenciamento Microsoft, a plataforma oferece recursos avançados para empresas que desejam transformar a forma como interagem com dados:

  • Envio automático de relatórios por e-mail ou WhatsApp;
  • Domínio personalizado e URLs próprias;
  • Menus e acessos configuráveis por perfil de usuário;
  • Exibição em TVs de monitoramento corporativo;
  • Assistentes de IA generativa integradas aos relatórios;
  • Integração via API com sistemas internos;
  • Controle completo de acesso por usuário e relatório;
  • Acesso multiplataforma — desktop ou mobile.

O resultado é um ecossistema completo para quem quer unir Power BI, IA e automação de dados em um único ambiente.

Conclusão

Treinar uma IA é como treinar uma pessoa: quanto mais clara e direcionada for a orientação, mais eficiente será o desempenho.

A área de treinamento da Assistente de IA do Power Insight mostra que o sucesso de uma inteligência artificial não está apenas no modelo de linguagem usado, mas em como ela é ensinada.

Com dados bem definidos, instruções específicas e aprendizado contínuo, uma IA deixa de apenas responder e passa a entregar valor real.

E é por isso que, no Power Insight, nossa assistente não responde errado.